domingo, 21 de fevereiro de 2010

Guia de Primeiros Socorros

para cães e gatos

O intuito deste guia é orientar o proprietário como agir em situações em que o socorro imediato ao animal se faz necessário. E disso, muitas vezes, irá depender a vida do animal até que o socorro veterinário seja possível. Aprenda como agir em casos como atropelamentos, convulsões, envenenamentos, picadas de cobra, etc..

Analise se o caso é de emergência ou urgência.

Emergência: requer medidas imediatas das quais a vida do animal irá depender. Exemplo - hemorragia, parada cardíaca e/ou respiratória, atropelamento, envenenamento, choque elétrico, afogamento, inalação de fumaça em incêndio, etc..

Urgência: são casos de menor gravidade, mas que devem ser socorridos a tempo para que o animal não tenha complicações mais graves. Exemplo: vômito ou diarréia intensos, piometra (infecção uterina nas cadelas), ausência de urina por mais de 24hs, convulsão e outros.

seja qual for o caso, procurar manter a calma.

Em desespero, o proprietário pode cometer erros ou não conseguir colocar em prática uma medida simples, mas importante.


sempre avalie se o animal entrou em estado de CHOQUE.
Este estado significa um deficiente suprimento de sangue para os orgãos vitais, e pode ser fatal.

Os sintomas do estado de choque são:

temperatura do corpo baixa, principalmente nas extremidades como patas e orelhas
batimentos cardíacos acelerados
respiração acelerada
pode ou não haver perda da consciência
gengivas muito pálidas

O animal pode entrar em choque em casos de hemorragia grave, atropelamento, envenenamento, choque elétrico intenso, desidratação grave, queimaduras graves e outras situações de emergência.

O que fazer:

1. manter o animal deitado de lado

2. manter a cabeça e região do tronco mais baixos do que a parte traseira do corpo. Isso garantirá que o sangue chegue ao cérebro e coração.

3.
aquecer o animal: enrole-o em um cobertor e coloque uma bolsa de água quente ou garrafa com água quente próximo ao animal, se for possível.


4. coloque a língua do animal para fora de um dos lados da boca, para garantir que a respiração não seja obstruída.

5. estanque qualquer hemorragia (ver conduta em casos de hemorragia)

transporte ou movimente o animal delicadamente para evitar traumatismos maiores e evitar que ele sinta dores. Se possível, improvise uma maca com uma toalha grande ou cobertor.

procure auxílio veterinário o mais rápido possível. Para isso, tenha sempre à mão o telefone e endereço do hospital veterinário com plantão 24hs mais próximo de sua localidade, ou de uma clínica veterinária bem equipada para atender emergências.

Emergências

Parada cardíaca e/ou pulmonar: podem ocorrer isoladas ou conjuntamente.

quando ocorre: em casos de animais que receberam forte choque ao morder fio elétrico, atropelamentos, quedas ou traumatismos graves, animais cardíacos, afogamentos, etc...

sinais: colocando a mão sobre o lado esquerdo do peito do animal, não há sinais de batimentos cardíacos e/ou observando o tórax do animal, não há movimentos respiratórios.

o que fazer: deve-se proceder a massagem cardíaca e respiração artificial dentro de, no máximo, 5 minutos. Deitar o animal sobre o lado direito.

Respiração artificial: com a sua mão, feche a boca do animal segurando firmemente o focinho. Eleve a cabeça do animal e encoste sua boca no focinho dele (você pode usar um lenço fino para evitar o contato direto). Sopre para dentro das narinas até sentir que o peito do animal se eleva. Deite a cabeça do animal e pressione o peito dele delicadamente para que o ar saia. Em 1 minuto, repita o procedimento 8 a 10 vezes. Verifique se o animal volta a respirar. Continue a respiração artificial, caso ele ainda não esteja respirando. Alterne o procedimento com outra pessoa quando você se cansar.

Massagem cardíaca: o cão deve estar deitado sobre o lado direito. Coloque a palma da sua mão sobre o coração do animal (veja a ilustração). Faça uma pressão firme e rápida sobre a região e solte. Você deve pressionar rapidamente e soltar uma vez por segundo. No caso de cães muito pequenos ou gatos, usar as pontas dos dedos para pressionar o coração. Massagear por um minuto e observar se os batimentos cardíacos voltam.

OBS: no caso de você ter que realizar conjuntamente a massagem cardíaca e respiração artificial, faça uma seqüência de 5 ou 6 pressões sobre o coração, intercaladas por uma respiração.

Continue realizando esse procedimento a caminho do veterinário, caso o animal ainda não tenha voltado a mostrar sinais respiratórios ou cardíacos. Se você não tiver acesso rápido a um veterinário e já realizou a ressuscitação por mais de 30 minutos, sem sucesso, dificilmente o animal sobreviverá.

HEMORRAGIAS

Hemorragia é toda a perda de sangue que o organismo possa sofrer, seja ela rápida (aguda) ou de forma lenta e gradativa (crônica). Neste guia, iremos explicar como estancar uma hemorragia em casos de acidentes, quando a perda sanguínea muito rápida pode ser fatal. Uma perda de grande volume de sangue em pouco tempo irá provocar uma parada cardíaca, pois o coração não terá líquido suficiente dentro dos grandes vasos sanguíneos para bombear.

Hemorragias externas: fáceis de detectar, pois você visualiza a perda de sangue. Normalmente, ela é provocada por um corte, perfuração ou brigas entre cães.

Superficiais: atingem só a pele. Os pequenos vasos que irrigam a pele são rompidos e a perda de sangue é considerável, mas raramente fatal.

o que fazer:

Aplique um pano limpo ou compressas de gaze sobre o corte e pressione por alguns minutos. Mantenha a pressão até o sangramento parar. O tempo para que isso ocorra é variável e está relacionado com a região do corte e a extensão da lesão. Orelhas e patas sangram bastante.

Encaminhe o animal para o veterinário para a desinfecção e sutura do corte. Se isso não for possível imediatamente, após o sangramento diminuir, limpe o local com água oxigenada. Curativos com gaze e esparadrapo são difíceis de se manter, pois o animal costuma retirá-los imediatamente. Desinfete e mantenha o local protegido por uma gaze ou pano para impedir o acesso de moscas na lesão (podem causar miíase ou bicheira). Veja mais detalhes abaico em cortes profundos.

Vasos sanguíneos: se um vaso sanguíneo for atingido (veia ou artéria), a hemorragia pode ser grave e deve ser estancada imediatamente. Os vasos que podem ser atingidos mais facilmente localizam-se nas patas, cauda, orelhas e pescoço.

o que fazer:

A mesma técnica deve ser empregada: aplica-se um pano limpo sobre a lesão pressionando firmemente. No caso de vasos maiores, o sangue não irá parar facilmente. Mantenha a pressão sobre a região até chegar ao veterinário. No caso de patas ou cauda, você pode aplicar um torniquete (foto), ou seja, com um barbante, cordão ou até cadarço de sapato, amarre o membro um pouco antes da região do corte. O torniquete estancará a hemorragia imediatamente, mas não de deve mantê-lo por mais de 15 minutos ou apertá-lo muito, sob o risco de gangrenar o membro por falta de suprimento de sangue. Se usar o torniquete, afrouxe-o a cada 15 minutos e depois volte a apertar.

Hemorragia interna: esse tipo de hemorragia é difícil de detectar, por não se poder visualizar. Após uma queda ou um acidente, o animal pode perder sangue por rompimento de um órgão ou um vaso interno.

o que fazer:

Se o animal estiver com uma hemorragia interna, ele perderá temperatura rapidamente e suas mucosas (gengivas e conjuntivas) ficarão muito pálidas. O animal pode perder a consciência e entrar em choque. Como não temos como diagnosticar a hemorragia interna, em casos de acidentes ou quedas, se houver perda de temperatura, palidez e perda de consciência, tratar o animal como no caso de choque e encaminhá-lo ao veterinário imediatamente.

CORTES PROFUNDOS

É comum ocorrerem e, geralmente, são causados por brigas entre cães, cacos de vidro, cercas de arame farpado e outros.

A pele é irrigada por pequenos vasos sanguíneos e as lesões causam sangramento considerável. Não se apavore com o sangue, ele pode ser controlado facilmente.

O que fazer:

Primeiramente, estanque a hemorragia pressionando o local com compressas de gaze ou com um pano limpo. Orelhas e patas costumam sangrar bastante e por longo tempo. Certifique-se que nenhum vaso foi atingido (caso tenham sido, haverá muito sangue e você não conseguirá estancar). Após controlar a saída de sangue, limpe bem o ferimento aplicando água oxigenada nas bordas e dentro da ferida.

Esse procedimento pode causar desconforto ao animal. Assegure-se que alguém esteja segurando o cão enquanto você trabalha ou amarre o focinho dele. Com dor, mesmo cães e gatos dóceis podem morder. Após a limpeza, proteja o local contra moscas aplicando uma gaze ou pano limpo sobre o ferimento. Gaze e esparadrapo não são suportados pelos cães e gatos, mas você pode colocar um curativo leve até chegar ao veterinário.

Os cortes podem ser suturados até 6 horas após a lesão. Assim, leve o cão para o veterinário no mesmo dia. Caso isso não seja possível, mantenha o ferimento limpo e protegido até que a sutura possa ser feita. Corte os pêlos em volta do ferimento.

As moscas podem depositar ovos nos ferimentos abertos e suas larvas podem se desenvolver dentro do corte (miíase ou bicheira). Se você estiver no campo (sítio ou fazenda) ou perceber as moscas pousando no ferimento, use um repelente para moscas (Lepecid ou Matabicheira) ao redor da ferida até 2 vezes ao dia antes e após a sutura da lesão.

Os ferimentos não fechados por sutura irão cicatrizar muito lentamente, deixando cicatrizes maiores e grande risco de uma miíase.

PICADAS DE COBRA

Em nosso país, existem 70 espécies de cobras venenosas, porém apenas algumas têm importância em termos de acidentes: jararacas, cascavéis, corais e surucucus. Os cães são picados, geralmente, na região do focinho, peito e pescoço. Isto ocorre porque o cão, muitas vezes, aproxima-se para cheirar a cobra por curiosidade. A ocorrência em gatos é rara. É importante ter noção do tipo de cobra que picou o animal, e para isso devemos conhecer os sintomas que a picada de cada cobra provoca.

Como saber se o animal foi picado?

A picada geralmente é muito dolorosa. O local pode apresentar as marcas de dentes, embora os pêlos atrapalhem muito a visualização. A região pode incha bastante e a pele tornar-se arroxeada. Os pêlos podem começar a descolar. Alguns animais podem entrar em choque se muito veneno for injetado. Nem todas as picadas de cobras venenosas podem conter uma grande quantidade de veneno, portanto, os sintomas podem variar de leves a graves. A pele poderá cair próximo ao local da picada. Um inchaço grande na região do pescoço pode causar dificuldade respiratória no animal.

Se animal for picado, o que fazer?

Independente do tipo de cobra que picou o animal, o atendimento de emergência é o mesmo. Mantenha o animal calmo e não deixe que ele se movimente muito. Encaminhe o cão ao veterinário para que ele receba o soro específico, que é o único método eficaz de combater o envenenamento.

Você pode colocar um saco plástico com gelo sobre o local da picada, na tentativa de conter o inchaço, até chegar ao veterinário. Isso nem sempre é possível devido à dor na região. Se o animal entrar em choque, mantenha-o aquecido.

Se o seu cão está numa região onde é freqüente o aparecimento de cobras, converse com o seu veterinário e procure ter estocado em geladeira o soro específico para uso em animais (veterinário). O soro deve ser aplicado assim que for possível. Em casos de sintomas mais leves, a aplicação é subcutânea. Em casos graves, ela deve ser feita por via endovenosa (na veia). Informe-se com o veterinário da região para que ele lhe oriente como aplicar o soro e em caso de emergência.

O que você não deve fazer!

não corte o local da picada: O veneno da jararaca, por exemplo, causa hemorragia; se você cortar o local, o sangramento se agravará;

não faça torniquete: até pouco tempo, o torniquete era usado para evitar que o veneno se difundisse para o resto do corpo. Porém, fazendo o torniquete, a alta concentração de veneno no local da picada pode causar gangrena. Assim, NÃO se deve fazer torniquete, seja em humanos ou animais, sob o risco de gangrena no local da picada ou até a perda do membro;

não coloque remédios caseiros sobre a picada (terra , fumo, etc..), isso só possibilitará a infecção do local e pode irritar ainda mais o ferimento.

Como eu posso saber que tipo de cobra picou meu animal?

Mesmo visualizando a cobra, para o leigo fica difícil a identificação. Mas por algumas características próprias e os sintomas, isso fica mais simples.

JARARACA: responsável por quase 90,5% dos acidentes com cobras em humanos. Existem várias espécies que vivem em ambientes diferentes em todas as regiões do Brasil. Alcançam no máximo 2 metros.

- Sintomas do envenenamento: dor, inchaço muito evidente, manchas arroxeadas na pele e sangramento no local. Pode aparecer sangue na urina.

- Complicações: pode ocorrer gangrena, bolhas ou abscesso no local da picada; insuficiência renal aguda.

CASCAVEL: responsável por quase 7,7% dos acidentes no homem. Chegam a medir 1,8 metros. Possui chocalho na ponta do rabo.

- Sintomas do envenenamento: (até 3 horas após o acidente) sinais neurológicos. O veneno causa alterações na visão (o animal pode andar como se estivesse tonto), dor muscular e urina avermelhada que irá se tornando mais escura com o passar do tempo.

- Complicações: insuficiência renal.

SURUCUCU: responsável por quase 1,4% das picadas. É uma cobra grande que chega a medir 4,5 metros. É mais comum na região amazônica.

- Sintomas do envenenamento: inchaço no local, diarréia, vômito e sangramento.

CORAL: responsáveis por menos de 0,4% dos acidentes. É difícil diferenciar as corais verdadeiras das falsas, não venenosas. Vivem escondidas em tocas e aparecem em inundações. O veneno é muito potente e pode matar em minutos.

- Sintomas do envenenamento: sinais neurológicos como dificuldade de abrir os olhos, falta de ar, dificuldade em engolir, insuficiência respiratória aguda.

Para saber mais sobre acidentes com cobras, visite o Instituto Butantã: http://www.butantan.gov.br

Que tipo de soro usar?

Em animais, utiliza-se o soro polivalente veterinário, que neutraliza os venenos de jararaca, cascavel e surucucu. A quantidade de soro usada vai depender da gravidade do envenenamento. O uso de antibióticos se faz necessário, para evitar infecções secundárias, assim como anti-inflamatórios para diminuir a dor e inchaço, e anti-hemorrágicos.

Tanto o animal como o ser humano pode sobreviver a um acidente com cobras, desde que medicados à tempo. Ninguém se torna imune ao veneno após ser picado e sobreviver, ou após receber o soro.

Evite as cobras - a limpeza é muito importante!

Combata os ratos, pois as cobras alimentam-se deles. Mantenha sempre limpos os terrenos, quintais e plantações. Deixe o lixo fora da propriedade. Coloque os sacos de ração em locais altos ou em recipientes bem fechados.

Equilíbrio Ecológico

Preserve os predadores. Emas, gansos, seriemas, gaviões, gambás e a cobra Muçurana são os predadores naturais das cobras venenosas. Conserve o meio ambiente. Desmatamentos e queimadas devem ser evitados. Além de destruir a natureza, provocam mudanças de hábitos dos animais, que se refugiam em paióis, celeiros ou mesmo dentro das casas.

CHOQUES ELÉTRICOS

Não são raros os cães ou gatos que costumam roer fios elétricos, principalmente os filhotes.

Esta é a maneira mais comum do animal ser atingido por uma descarga elétrica. Dependendo da intensidade da corrente e do tempo em que o animal permaneceu ligado a ela, as injúrias podem ser desde um simples susto até uma queimadura grave ou um comprometimento mais sério com parada cardio-respiratória.

O que fazer:

se o animal levou o choque, mas não permaneceu conectado a ele, você deve verificar se a boca (interna e externamente) ou a língua do animal apresentam sinais de queimadura. A região pode estar escurecida ou acinzentada. Na parte interna da boca e língua, não há muito o que fazer. O animal relutará em comer por alguns dias. Ofereça alimentos líquidos e frios como caldo de carne. Se a região externa da boca for atingida, uma pomada antibiótica e cicatrizante poderá ser usada.

se o animal levou o choque e permanece conectado ao fio elétrico, NÃO TOQUE NELE. Em primeiro lugar, desconecte a tomada ou desative a rede elétrica. Observe se o animal está consciente ou não. Se ele não estiver respirando, faça respiração artificial. Se o coração estiver parado, comece a massagem cardíaca. No caso de uma parada cardio-respiratória, faça a massagem cardíaca e a respiração artificial conjuntamente (faça uma seqüência de 5 ou 6 pressões sobre o coração, intercaladas por uma respiração). Aguarde os sinais vitais voltarem para verificar a extensão da queimadura na boca e língua.

Animais com lesões muito graves na boca, que se recusam a comer ou beber água, devem receber soro por via endovenosa, diariamente, para não correrem o risco de desidratação.

Todo animal que teve um episódio de choque elétrico deve ser observado por 2 a 3 horas quanto à dificuldade respiratória. Em alguns casos, nesse período, pode desenvolver-se edema pulmonar que deve ser tratado imediatamente pelo veterinário.

QUEIMADURAS

As queimaduras são classificadas em graus, de acordo com a gravidade da lesão:

1o. GRAU: lesão superficial que cicatriza em média após 10 dias

2o. GRAU: lesão da pele mais profunda que a anterior. Há perda dos pêlos e formação de vesículas (bolhas). A pele cicatriza em 15 dias.

3o. GRAU: lesão grave em que toda a espessura da pele é destruída. É um processo muito doloroso e de cicatrização muito lenta.

Causas comuns: agentes térmicos (água ou superfícies muito quentes, fogo) ou agentes químicos (ácidos, substâncias cáusticas).

Casos comuns: animais que comem comida caseira muito quente podem ter queimaduras de grau leve na boca e "lábios"; acidentes envolvendo água fervendo derramada sobre os animais resultam em queimaduras de 3o. grau; animais que lambem ou ingerem substâncias cáusticas presentes em produtos de limpeza podem queimar a boca e esôfago; choques elétricos podem resultar em queimaduras na boca e língua; queimaduras de sol podem ocorrer em animais de pele e focinho muito claros (róseos)

O que fazer:

Queimaduras de 1o. e 2. graus podem ser tratadas com pomadas cicatrizantes e antibióticas. Não usar produtos como pasta de dente e outros, sobre a área lesada. Lavar a lesão com soro fisiológico frio, aplicar uma pomada cicatrizante e uma bandagem de gaze até levar o animal ao veterinário. Se a lesão for de 3o. grau, esse procedimento é muito doloroso e, portanto, deve ser feito sob tranqüilização ou anestesia por um profissional. Neste caso, aplique soro fisiológico frio e leve o animal ao veterinário, pois toda a manipulação da queimadura é muito dolorosa.

Queimaduras de sol ocorrem em animais expostos por muito tempo aos raios solares, e podem ser evitadas com o uso de um protetor solar sobre a região rósea do focinho. Evitar a exposição prolongada ao sol em animais de pele e pêlos muito claros.

VÔMITOS E DIARRÉIAS

Vômitos e diarréias intensos não chegam a ser uma emergência veterinária, mas se o proprietário não tomar medidas urgentes, podem levar o animal à morte por desidratação.

Causas do VÔMITO:

Dor abdominal intensa pode causar vômito no animal. Problemas renais, hepáticos, torções no intestino e estômago, por exemplo, causam vômitos.

Intoxicações diversas: as mais comuns são por produtos inseticidas usados na casa (dedetizações), ou no animal (produtos antipulgas tóxicos)

Doenças virais ou bacterianas: cinomose, parvovirose, infecção uterina (piometra), etc..

Tosse severa: o esforço constante em tossir pode causar vômitos.

Assim, o vômito pode ser atribuído a inúmeras causas, e não se pode ter um diagnóstico preciso da doença somente com este sinal clínico. O vômito caracteriza-se por uma substância incolor e espumosa constituída de suco gástrico. Às vezes, pode ter coloração amarelada por refluxo de bílis. O animal vomitando excessivamente corre o risco de desidratação, uma vez que ele não absorve a água necessária para a sua manutenção. Além disso, ocorre um desequilíbrio eletrolítico, pois o animal perde muito ácido. O cão torna-se fraco e apático. Deve-se corrigir a desidratação, caso ocorra, e o equilíbrio do organismo.

Causas da DIARRÉIA:

Vermes
Viroses ( parvovirose, coronavirose, etc.)
Intoxicações
Estresse (mudanças de ambiente ou na rotina da casa)
Mudanças alimentares bruscas

A diarréia é a perda de líquido através das fezes, que se tornam pastosas ou líquidas. Se for muito intensa (líquida e em grande quantidade), pode causar desidratação rápida. Mesmo que ele esteja bebendo líquidos, muitas vezes a perda é maior que a reposição, e uma desidratação leve, moderada ou grave se instala. Ocorre desequilíbrio eletrolítico, pois, através da diarréia, o organismo torna-se muito ácido. O animal fica muito apático, fraco, pode ter tremores pela dor abdominal causada por cólicas (fortes contrações intestinais para expulsar as fezes). Deve-se corrigir a desidratação, caso ocorra, e o equilíbrio do organismo.

O que fazer:

Verifique se o animal está desidratado: para isso puxe a pele do animal na lateral do abdômen ou um pouco abaixo do pescoço. Se a pele demorar a voltar, o cão está desidratado. Se a pele não voltar, a desidratação é grave e o animal pode estar correndo risco. Leve-o ao veterinário imediatamente.

No caso de vômitos e diarréia, leves ou graves, a primeira coisa a fazer é retirar a comida do animal. Um jejum de 24 hs é necessário. Enquanto estiver comendo, o animal continuará a ter vômito e/ou diarréia, e a perda de líquidos e o desequilíbrio do organismo irão se agravar. No caso de vômitos, retirar a água também, caso o animal beba e vomite.

O jejum é essencial para que o organismo possa se recuperar.

Hidrate o animal: se não puder levar o cão ao veterinário, tente hidratá-lo com soro caseiro. Ofereça pequenas quantidades de soro várias vezes ao dia. Se isso causar vômitos, suspenda o soro. A hidratação por via oral não é eficaz no caso de desidratações graves. Consulte o veterinário antes de qualquer coisa, e faça a hidratação oral apenas se não conseguir contatar um profissional.

Soro caseiro:

200ml de água fervida ou filtrada (1 copo)
1 colher de sobremesa de açúcar
1 pitada de sal

ATAQUES EPILÉTICOS

O cão pode sofrer um ataque esporádico ou ter um histórico de epilepsia (ataques freqüentes). Os ataques convulsivos assustam muito o proprietário inexperiente.

Como reconhecer o ataque:

O animal, normalmente, fica incoordenado, cai no chão e permanece deitado de lado em movimentos de pedalagem, como se estivesse tentando se levantar. Urinar e/ou defecar, involuntariamente, pode ocorrer durante o ataque. Pode haver ou não perda de consciência. O cão fica ofegante e aos poucos vai se acalmando. Muitos cães voltam ao normal em poucos minutos, outros ficam abatidos durante o dia todo, demonstrando cansaço.

O que fazer:

Observe o animal e evite que ele se machuque. Notifique o seu veterinário do ataque. Procure observar quanto tempo durou a crise convulsiva. Se o animal é saudável e não sofre de problemas cardíacos graves, não há risco de vida. Aguarde o ataque passar. Se o ataque tiver uma duração muito longa (minutos), encaminhe o animal ao veterinário imediatamente. Após retornar à consciência e estando recuperado, o animal pode beber e comer normalmente.

Cães epiléticos não devem ter acesso a áreas com piscina. Durante um ataque o cão pode cair dentro dela e afogar-se. Animais que tem várias crises num mesmo dia devem ser encaminhados ao veterinário.

Envenenamentos

Não é raro um animal, cão ou gato, ingerir um produto que possa lhe causar intoxicação. A maioria dos princípios tóxicos causa vômitos, diarréia, dilatação ou contração das pupilas, apatia e, em casos mais graves, convulsões ou outros sinais neurológicos (incoordenação, mudança de comportamento, etc.). A intoxicação pode ocorrer também se o tóxico for absorvido pela pele. Assim, cães e gatos com ferimentos não devem receber tratamento antipulgas, carrapaticida ou acaricida (contra sarna), usando produtos inseticidas. Não deixe que o animal lamba a espuma ou a água durante o banho com esse tipo de produto.

É importante socorrer o animal imediatamente, caso se tenha observado a ingestão de um tóxico, ou quando do aparecimento de sinais clínicos que nos levem a suspeitar de intoxicação (p.ex., se houve um banho antipulgas ou carrapaticida recente, dedetização na casa ou uso de inseticida doméstico, tintas, etc.).

A indução do vômito, logo após a ingestão de produtos como inseticidas, raticidas ou plantas tóxicas é uma medida eficaz para ajudar a eliminar o veneno. Isso pode ser conseguido administrando ao animal por via oral, 5 a 10 ml de água oxigenada (3%) ou água morna com sal em intervalos de 5 ou 10 minutos. No entanto, nem sempre a indução do vômito é recomendada, como no caso de ingestão de substâncias extremamente irritantes ou cáusticas (produtos de limpeza, alvejantes, sabão em pó, etc.). Nesses casos, recorre-se à lavagem gástrica, feita na clínica veterinária.

Uma outra medida eficaz nas intoxicações é impedir que o tóxico seja absorvido pelo organismo. Para isso, faz-se uso de substâncias como o carvão ativado, misturado à água do animal. Ele se "ligará" ao veneno, impedindo que o mesmo seja absorvido. Mas essa medida só tem efeito que realizada logo após à ingestão do tóxico. O uso de diuréticos ajuda a eliminar substâncias tóxicas já absorvidas pelo organismo.

Sempre que possível, levar a embalagem do produto que, suspeita-se, tenha intoxicado o animal. Existem várias substâncias que causam sintomas semelhantes. O veterinário, conhecendo o princípio tóxico, poderá instituir um tratamento adequado.

Nunca tente tratar um animal intoxicado por conta própria ou demore para levá-lo ao veterinário. Você pode induzir o vômito caso tenha presenciado a ingestão (exceto em caso de substâncias irritantes ou cáusticas), mas leve-o à clínica, logo em seguida, para que o animal seja avaliado e fique em observação.

Em caso de suspeita de crime (tentativa de envenenamento), urina, vômito, excreções e sangue, devem ser colhidos para análise. Se houver morte do animal, fragmentos de órgãos como rim e fígado devem ser coletados e congelados para análise. A perícia, feita por um veterinário capacitado, necessitará desses elementos para emitir um laudo e concluir se houve crime.

Substâncias que comumente causam intoxicação em animais domésticos se ingeridos ou absorvidos pela pele lesada: inseticidas domésticos, carrapaticidas, produtos contra sarna, pós antipulgas, veneno contra ratos ou formigas, inseticidas para plantas, plantas tóxicas e produtos de limpeza.

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