domingo, 21 de fevereiro de 2010

O QUE SÃO ZOONOSES?

Zoonoses são doenças que podem ser transmitidas do animal para o homem e vice-versa, tanto através do contato direto com secreções ou excreções, quanto através da ingestão de alimentos contaminados de origem animal.

O proprietário responsável evita que seu animal contraia zoonoses e as transmita a outras pessoas e animais, vacinando-o anualmente contra a raiva e outras doenças e levando-o regularmente ao veterinário para consultas de rotina e vermifugação.

Tipos de Zoonoses

RAIVA

O QUE É A RAIVA?

A Raiva é uma doença contagiosa e letal, causada por um vírus que afeta tanto os animais quanto o homem.

COMO É TRANSMITIDA?

A transmissão se dá através do contato com a saliva de um animal doente, principalmente pela mordida, do cão ou gato. É importante saber que nem toda mordida transmite a Raiva. Para haver a transmissão, é necessário que o animal agressor seja portador do vírus na saliva.

No meio rural, o morcego hematófago - que se alimenta de sangue - é um dos mais importantes transmissores da raiva, principalmente para os herbívoros e para o homem.

Animais silvestres, como micos, sagüis, gambás e morcegos, também podem transmitir a Raiva. No caso de acidentes com estes animais, procure imediatamente um Posto de Saúde para iniciar o tratamento anti-rábico, pois não existe período de observação definido para estes animais.

PRINCIPAIS SINTOMAS:

  • Mudança de comportamento: o animal doente passa a se esconder ou agir de maneira diferente do usual;
  • Agressividade;
  • Salivação - o animal baba muito. Às vezes, parece que está engasgado.
    Também podem acorrer prostração, falta de apetite e paralisia.

ATENÇÃO:

Nem todo animal que saliva (baba) está com raiva. A doença pode causar dificuldade de deglutição da saliva, daí a impressão de o animal estar babando. É importante enfatizar que a agressividade pode ser causada por vários outros problemas de saúde, e somente o médico veterinário poderá fazer um diagnóstico preciso.

COMO EVITAR A DOENÇA:

  • A vacina é a única maneira eficaz de se controlar a doença. A Raiva é uma doença incurável, portanto, é necessário um controle rigoroso da vacinação dos animais domésticos e do campo. Vacine seu animal nas campanhas de vacinação: a partir dos primeiros meses de idade, todos os cães e gatos devem receber a vacina. O reforço deve ser feito anualmente. A aplicação da vacina é gratuita, e você pode vacinar seu cão no Instituto Municipal de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman, no Centro de Controle de Zoonoses ou em outros postos à qualquer época do ano.
  • Leve seu cão ou gato pelo menos uma vez por ano ao médico veterinário, e qualquer mudança repentina no comportamento do animal deve ser investigada.
  • Evite deixar seus animais soltos na rua, pois eles podem ser atacados por animais errantes. Não há tratamento para os animais. Portanto, se seu cão ou gato não estiverem vacinados e forem mordidos por animal portador do vírus da Raiva, eles poderão adoecer e morrer.

O QUE DEVO FAZER SE EU FOR MORDIDO POR UM CÃO OU GATO?


Se uma pessoa é mordida ou arranhada por um cão ou gato não vacinados contra a Raiva ou de origem desconhecida (animais de rua), o animal agressor deve ser capturado para permanecer em observação por 10 dias. A vítima deverá imediatamente lavar a ferida com água e sabão abundantes (o sabão destrói o vírus) e se encaminhar ao posto de saúde mais próximo para orientação médica quanto ao tratamento. Se o animal morrer (mesmo sem ter apresentado nenhum sinal da doença), o corpo do animal deverá ser encaminhado ao órgão competente para fazer o exame. Ele é gratuito. Se, no entanto, o animal agressor desaparecer ou não puder ser capturado para cumprir o período de observação, a pessoa deve se dirigir imediatamente a um posto de saúde para receber o tratamento com o soro e vacina contra a Raiva.


MITOS E VERDADES:

  • No passado, convencionou-se chamar agosto de "o mês do cachorro louco", porque nessa época havia uma maior aglomeração de cães na rua e, portanto, um maior número de agressões e aumento da transmissão da Raiva. No entanto, a Raiva pode ocorrer em qualquer época do ano. Seu animal deve estar sempre com a vacinação em dia.
  • Não há indicação para a terapia com soro hiperimune em caso de ferimentos causados por agressões dos seguintes animais: ratos, ratazanas, camundongos, hamsters, cobaia e coelhos.
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ESPOROTRICOSE

O QUE É A ESPOROTRICOSE?

É uma micose causada pelo fungo Sporothrix schenckii, que atinge animais e seres humanos e é encontrado na natureza, principalmente em plantas ou em terra rica em matéria orgânica.

COMO É TRANSMITIDA?

Geralmente através de ferimentos com espinhos, contato com terra, bicadas de aves, arranhões ou mordidas de gatos infectados.

PRINCIPAIS SINTOMAS:

No ser humano: Em geral, fica restrita à pele, onde se observa primeiramente uma lesão parecida com uma picada de inseto. Esta pode desaparecer espontaneamente ou aumentar de tamanho, mas podem surgir outras lesões, próximas à primeira. É comum ocorrer aumento de tamanho e dor nos gânglios linfáticos (íngua).

No gato: Manifesta-se através de lesões na pele que, em geral, têm crostas e são úmidas. Inicialmente, parecem ferimentos provocados por brigas. Os gatos geralmente contraem a doença durante o acasalamento ou disputando o território. Existe tratamento, que não deve ser interrompido.

No cão: Na maioria das vezes, surgem discretas lesões de pele.

COMO EVITAR A DOENÇA:

  • Usar luvas na prática da jardinagem e quando manusear gatos doentes;
  • Tratar e isolar os animais doentes e desinfetar o local com água sanitária;
  • Os animais mortos devem ser cremados para evitar que pessoas e outros animais sejam infectados;
  • Machos e fêmeas devem ser castrados, com o objetivo de diminuir suas saídas à rua.
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TOXOPLASMOSE

O QUE É A TOXOPLASMOSE?

É a doença causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, com alta prevalência no mundo inteiro entre pessoas e animais de sangue quente.

A infecção nos humanos é assintomática em 80 a 90 % dos casos. Esta doença é importante em gestantes e indivíduos imunodeprimidos, pois, nesses pacientes, pode produzir lesões e sintomas graves.

COMO É TRANSMITIDA?

O gato é o hospedeiro definitivo: é ele quem libera o parasito no ambiente. Gatos geralmente apresentam a doença quando filhotes e, nesta fase, podem eliminar os oocistos do protozoário nas fezes. Estima-se que apenas 1% da população felina elimine os cistos do protozoário T. gondii no ambiente.

O homem e outros animais são hospedeiros intermediários: neles, os cistos do protozoário se alojam nos músculos, no sistema nervoso e em vísceras, e não são eliminados pelas fezes.

Há três maneiras de se contrair o protozoário causador da toxoplasmose:

1) A mais comum é a ingestão de carne – bovina, suína ou de aves –, crua ou mal cozida, contendo cistos do protozoário. O consumo de leite cru, não pasteurizado, com presença de taquizoítos (uma outra forma do parasito) também consiste em uma fonte possível de infecção. Queijos preparados com leite não pasteurizado podem transmitir a doença.

2) A forma mais grave de infecção é a transmissão transplacentária (a mãe transmite a doença para seu bebê durante a gravidez). Nesta forma de infecção, podem ocorrer malformações fetais e aborto.

3) Através da ingestão de oocistos esporulados (forma que o protozoário adquire no meio ambiente) presentes nas fezes de um gato infectado. Ou seja: é preciso ingerir acidentalmente fezes contaminadas de gatos. Isto pode ocorrer através do consumo de verduras e legumes mal lavados ou pelo hábito de levar a mão à boca sem antes lavá-la, sobretudo após a prática de jardinagem ou outras formas de manipular terra e areia.

LEMBRE-SE:

  • A infecção (contato com o parasita) não causa, necessariamente, a doença. Para isto, é necessário que o sistema imunológico esteja debilitado, como muitas vezes ocorre com pacientes idosos, portadores de HIV e transplantados.
  • Nem todos os gatos têm toxoplasmose. Na verdade, são poucos os que apresentam a doença.
  • Nem todos os gatos podem transmitir a toxoplasmose através da eliminação de oocistos nas fezes. Quando o fazem, é por um curto período de tempo, e geralmente só nas primeiras semanas de vida.
  • Os oocistos de T. gondii que são eliminados nas fezes não são capazes de causar a doença imediatamente. É preciso que as fezes contaminadas permaneçam no meio ambiente por alguns dias para que os oocistos esporulem. Só então, estes se tornarem infectantes.

PRINCIPAIS SINTOMAS:

No homem:

  • Febre, cansaço, mal estar, dores pelo corpo;
  • Aumento dos linfonodos (íngua);
  • Estes sintomas por vezes se confundem com os de uma forte gripe.
  • Distúrbios da visão, que podem evoluir para a cegueira;
  • Aborto.

Nos animais:

  • Emagrecimento, fraqueza, apatia, febre alta, vômitos e diarréia;
  • Sintomas oculares (secreção, fotofobia, pupila dilatada, entre outros);
  • Distúrbios respiratórios;
  • Convulsões, tremores, fraqueza muscular, paresia, paralisia e outros sintomas neurológicos.

COMO EVITAR A DOENÇA:

Nos humanos:

  • Lave bem as mãos antes de preparar alimentos;
  • Lave bem as verduras, frutas e legumes antes de consumi-las;
  • Não coma carne crua ou mal passada;
  • Não beba leite que não seja pasteurizado;
  • Mantenha bons hábitos de higiene;
  • Não deixe seus filhos brincarem em areais ou pracinhas que não sejam telados, onde há fezes de animais;
  • Lave bem as mãos após limpar a bandeja sanitária de seu gato ou mexer em terra, e procure sempre usar luvas ao praticar jardinagem.

Nos gatos (ações para prevenir a infecção dos gatos e das pessoas):

  • Leve seu gato regularmente ao médico veterinário;
  • Mantenha-o sempre bem alimentado com ração comercial: isto reduz a chance de ele caçar e se infectar com a toxoplasmose;
  • Nunca dê carne crua para seu gato;
  • Leve-o ao veterinário se ele apresentar diarréia;
  • Evite que seu gato faça passeios fora de casa;
  • Mantenha sempre uma bandeja com areia sanitária para seu gato fazer as necessidades e remova os dejetos diariamente, sempre com o auxílio de luvas e uma pá;
  • Higienize a bandeja sanitária no mínimo uma vez por semana.

LEMBRE-SE:

  • Você não pega toxoplasmose ao acariciar um gato.
  • Não abandone seu gato por medo de contrair a doença.
  • Você só pega toxoplasmose se ingerir terra ou alimentos contaminados com fezes de gatos, mas bons hábitos de higiene e limpeza no preparo dos alimentos evitam isso.
  • Cães, pombos e mordidas de gatos ou outros animais NÃO transmitem a toxoplasmose.
  • Não existe vacina contra a toxoplasmose.
  • Você não precisa se desfazer de seu gato se estiver grávida. Basta manter bons hábitos de higiene.
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LEPTOSPIROSE

O QUE É A LEPTOSPIROSE?

É a doença causada pela bactéria Leptospira sp., que atinge animais e seres humanos.

No meio ambiente, a Leptospira é muito sensível: morre na presença de cloro e só se mantém viva na água ou lama.

COMO É TRANSMITIDA?

Geralmente, pelo contato da água contaminada (por urina de animais infectados) com ferimentos na pele ou mucosas normais de olhos, nariz, boca, etc.

A ratazana de esgoto é a principal responsável pela transmissão.

PRINCIPAIS SINTOMAS:

Os sintomas começam a se manifestar de 07 a 14 dias (podendo variar entre 01 e 20 dias) a partir do contágio.

No ser humano: Febre alta, fortes dores musculares, dor de cabeça e vômitos. Podem ocorrer diarréia, doença renal e icterícia (coloração alaranjada das mucosas e pele).

No cão: Febre, fraqueza, vômitos, icterícia, hemorragia. Podem ocorrer convulsões.

COMO EVITAR A DOENÇA:

  • Combater ratos e camundongos;
  • Usar botas e luvas no contato com esgoto, fossas, valas e lama formada por temporais;
  • Ingerir água filtrada, fervida e/ou clorada;
  • Evitar o acúmulo de lixo e acondicioná-lo em sacos plásticos;
  • Limpeza e desinfecção dos locais inundados com água sanitária (1/4 de litro de água sanitária diluída em 25 litros de água);
  • Manter o animal suspeito em local cimentado e lavar o lugar com a solução de água sanitária descrita acima;
  • Retirar os restos de comida com o objetivo de evitar que deles se alimentem os roedores;
  • Vacinar os cães contra a leptospirose a cada 6 em 6 meses.
  • Não banhar-se em lagos, córregos, rios e riachos onde há acúmulo de lixo.
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SARNAS

O QUE É SARNA?

A sarna é uma doença parasitária da pele causada por ácaros de diversas espécies. A sarna sarcóptica é uma zoonose causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei , que acomete cães e outros animais. O ácaro Notoedris cati parasita gatos e causa a sarna notoédrica, doença que pode produzir dermatite transitória no homem.

COMO É TRANSMITIDA?

A transmissão se dá pelo contato direto. É altamente contagiosa entre os animais.

PRINCIPAIS SINTOMAS:

No homem: erupções cutâneas avermelhadas caracterizadas por prurido intenso, que piora com o calor; as lesões localizam-se principalmente nas dobras e áreas de atrito da pele com roupas. Em conseqüência da coceira, a pele pode apresentar infecção bacteriana secundária.

Nos animais: crostas espessas na pele, com erupções avermelhadas, queda de pêlos e infecções secundárias devido ao intenso prurido. Nos gatos, as lesões costumam aparecer nas pontas de orelhas, se espalhando pela face, olhos e pescoço.

OUTROS TIPOS DE SARNAS:

Sarna Demodécica: é causada pelo Demodex canis, um ácaro normalmente encontrado em pequenas quantidades na pele de cães saudáveis, e não é uma zoonose. A transmissão ocorre através do contato direto da fêmea com os filhotes durante a amamentação. Por ser uma doença hereditária e comum em estados de imunossupressão (ex.: lactação), é importante evitar que as fêmeas que têm ou tiveram sarna quando filhotes se reproduzam, pois esta sarna pode ser controlada, mas a cura total é difícil.

Sarna Otodécica: é uma parasitose não zoonótica de cães e gatos causada pelo ácaro Otodectes cynotis, que vive na superfície da pele, provocando coceira e lesões. Os ácaros podem ficar restritos ao canal auditivo externo ou atingir a região ao redor das orelhas, pescoço e cabeça. O animal acometido balança a cabeça e coça muito a orelha, que pode apresentar secreção e grande irritação local. A transmissão se dá por contato direto e é altamente contagiosa entre os animais.

COMO EVITAR A DOENÇA:

  • Manter a limpeza e a higiene de ambientes onde se criam animais;
  • Isolar e tratar os animais doentes;
  • Quando o animal apresentar lesões de pele, procure o medico veterinário;
  • Evitar aglomerações de animais.

ATENÇÃO:

  • Nem toda sarna é zoonose.
  • Não existe vacina contra a sarna!
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FEBRE MACULOSA

O QUE É A FEBRE MACULOSA?

A Febre Maculosa ou febre do carrapato é uma doença aguda febril transmitida pela picada de carrapatos. Ela é causada por uma bactéria, a Rickettisia rickettsii, e pode inclusive causar a morte.

COMO É TRANSMITIDA?

Ela é transmitida pela picada de um carrapato infectado. No Brasil, o vetor é o Amblyomma cajennense, também conhecido como carrapato-estrela ou carrapato-de-cavalo. As larvas e ninfas do carrapato (formas imaturas de vida conhecidas como micuins) também podem atacar o homem e transmitir a doença.

Este carrapato pode picar uma grande variedade de espécies animais, como cavalos, cães, galinhas, animais silvestres e roedores. O homem é um hospedeiro acidental. Para transmitir a bactéria ao homem pela picada, o Amblyomma cajennense deve ficar preso à pele por pelo menos 4 horas. Também pode haver transmissão através da pele ferida, após o esmagamento do carrapato. A doença não é transmitida de pessoa a pessoa.

PRINCIPAIS SINTOMAS:

Os sintomas febris podem aparecer de 2 a 14 dias após a picada infectante.

Os sinais iniciais são muito inespecíficos: febre, cefaléia (dor de cabeça), calafrios. Até o terceiro ou quarto dia pode aparecer um exantema maculopapular (manchas semelhantes às do sarampo), primeiro nas extremidades e depois se difundindo pelo resto do corpo. Com a progressão da doença, podem ocorrer hemorragias e, caso paciente não seja logo diagnosticado e tratado, podem surgir também necroses.

COMO POSSO SABER SE CONTRAÍ A DOENÇA?

Nem toda picada de carrapato transmite esta doença, que ocorre mais freqüentemente em regiões rurais, onde há cavalos e animais silvestres. O diagnóstico é feito através de exames laboratoriais (sangue e cultura). Se você foi picado por um carrapato e apresenta algum dos sintomas descritos acima, procure um posto de saúde o mais rapidamente possível, pois a Febre Maculosa tem tratamento, e a cura é rápida quando a doença é diagnosticada a tempo.

FUI PICADO POR UM CARRAPATO: E AGORA?

Sempre que você fizer caminhadas em parques, trilhas ecológicas, andar a cavalo ou outros lugares em que existam carrapatos, procure usar roupas claras e a meia por cima da calça. Faça um inspeção em seu corpo a intervalos regulares e, se encontrar carrapatos, remova-os com uma pinça, fazendo uma leve torção. Lembre-se de que o carrapato contaminado precisa ficar grudado à pele por pelo menos quatro horas para transmitir a doença, por isso é importante retirá-los o mais rápido possível e de maneira adequada, para não se infectar com a maceração do carrapato: as bactériastêm capacidade de penetrar no organismo através de machucados na pele.
Se estiver com dúvidas, procure um médico ou vá a um posto de saúde.

MEU CACHORRO ESTÁ CHEIO DE CARRAPATOS: O QUE DEVO FAZER?

Leve-o a um médico veterinário, pois somente ele poderá prescrever um medicamento eficaz para tratamento de seu cão. Os cães normalmente são resistentes à Febre Maculosa, mas há outras doenças transmitidas por carrapatos que são perigosas à saúde canina.

COMO EVITAR A DOENÇA:

  • Conhecer quais são as áreas consideradas endêmicas para a Febre Maculosa (locais onde já ocorreram casos);
  • Evitar caminhar em áreas conhecidamente infestadas por carrapatos no meio rural e silvestre;
  • Quando for necessário caminhar nestas áreas, vistoriar o corpo em busca de carrapatos a cada 3 horas;
  • Use sempre calças compridas com parte inferior por dentro das botas e fitas adesivas de dupla face lacrando a parte superior da bota. Use roupas claras, para facilitar a visualização e retirada dos carrapatos;
  • Remover os carrapatos do corpo com pinça, fazendo uma leve torção para liberar seu aparelho bucal da pele.
  • Controle químico nos animais domésticos através de banhos carrapaticidas prescritos por um médico veterinário.
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GRIPE AVIÁRIA, GRIPE DO FRANGO OU INFLUENZA AVIÁRIA


O QUE É A GRIPE AVIÁRIA?

É uma infecção altamente contagiosa das aves que se apresenta inicialmente com sintomas respiratórios leves e pode matar em até 24 horas.

COMO É TRANSMITIDA?

O vírus da gripe aviária é transmitido pela ingestão ou inalação do vírus presente nas fezes e secreções (corrimento nasal, espirro, tosse) das aves infectadas. O vírus da gripe aviária pode sobreviver no esterco contaminado, a temperaturas baixas, por pelo menos três meses. No meio ambiente, o vírus pode sobreviver por até 4 dias à temperatura de 22ºC e mais de 30 dias a 0ºC.

Desta forma, uma pessoa, um suíno ou uma ave sadia podem contrair a doença: ao ingerir terra ou esterco contaminados; ao respirar sem a proteção de máscaras no mesmo ambiente onde haja animais doentes; ao consumir água dos mesmos reservatórios (lagos, bebedouros, etc.) contaminados pelas fezes de aves selvagens infectadas.

Ovos contaminados são outra fonte de infecção, principalmente nos incubatórios de pintinhos, visto que o vírus pode ficar presente de 3 a 4 dias na casca dos ovos postos por aves contaminadas. Não foi evidenciada a transmissão pela ingestão de ovos. A transmissão também se dá pelo contato com ração, água, equipamentos, veículos e roupas contaminadas. Roedores podem carrear o vírus de um lugar para o outro.

Após a infecção, as galinhas eliminam o vírus nas fezes por cerca de 10 dias e as aves silvestres por cerca de 30 dias. Por isso, a doença pode se espalhar facilmente de uma granja para outra. Uma grande quantidade de vírus é eliminada nas fezes das aves, contaminando a terra e o esterco.

PRINCIPAIS SINTOMAS:

Nas aves:
Assim como a gripe humana, os vírus da influenza aviária causam nas aves problemas respiratórios, como:

  • Tosse, espirros, corrimento nasal, fraqueza, falta de ar, complicações respiratórias, como a pneumonia, e falta de apetite.
  • Podem ocorrer diarréia e sede excessiva.

A forma altamente contagiosa e extremamente fatal da doença, conhecida como “gripe aviária de alta patogenicidade”, apresenta os seguintes sintomas:

  • Início súbito;
  • Dificuldade de locomoção;
  • Presença de edema (inchaço) na crista, barbela, articulações e pernas;
  • Hemorragia nos músculos;
  • Diminuição e alterações na produção de ovos (casca mais fina);
  • Morte rápida e repentina, às vezes sem manifestação de qualquer sintoma clínico.

No ser humano:

É importante que seja imediatamente reportado ao serviço de saúde de sua cidade o aparecimento de sintomas como: dificuldade de respirar, conjuntivite, febre, dor no corpo ou outros sintomas de gripe. Pessoas com alto risco de complicações da influenza aviária (imunodeprimidos, maiores de 60 anos e portadores de doenças crônicas cardíacas ou pulmonares) devem evitar trabalhar com aves, em caso de surto.

Os surtos de doença causados pelos vírus mais perigosos representam grave risco para a saúde humana, em particular para os trabalhadores de granjas, abatedouros e aviários, pelo nível maior de exposição. Por isso é importante o diagnóstico da influenza, com identificação do tipo de vírus, tanto nas infecções em aves, quanto no homem.
Todas as pessoas expostas a aves infectadas ou a fazendas sob suspeita devem ser monitoradas pelas autoridades sanitárias locais.

EM CASO DE SUSPEITA DA DOENÇA, PROCURAR:
VIGILÂNCIA SANITÁRIA MUNICIPAL
TELEFONES: (21) 2503-2280 ou 2215-0690
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
TELESAÚDE: (21) 2273-0846

COMO EVITAR A DOENÇA:

  • Eliminar todas as aves doentes;
  • Descartar adequadamente as carcaças (incinerar ou enterrar com cobertura de cal);
  • Fazer limpeza e desinfecção ambiental diariamente nas áreas de abate utilizando hipoclorito a 1% (água sanitária);
  • Esperar ao menos 21 dias antes de colocar novas aves no ambiente;
  • Lavar freqüente das mãos com água e sabão;
  • Nos abatedouros e aviários, os funcionários devem desinfetar suas mãos com álcool a 70% após o contato com as aves;
O vírus da gripe aviária é eliminado pelo calor (56ºC por 3 horas ou 60ºC por 30 minutos) e por desinfetantes comuns, como formalina e compostos iodados.

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LEISHMANIOSE VISCERAL

O QUE É A LEISHMANIOSE VISCERAL?

É uma doença grave, também conhecida como Calazar, que pode levar à morte. Causada por um protozoário do gênero Leishmania, pode acometer tanto o homem, quanto o cão.

COMO É TRANSMITIDA?

Através da picada do mosquito palha ou cangalhinha, que normalmente ocorre em regiões próximas a matas e encostas de morros. Esse mosquito tem o hábito de picar ao anoitecer e se contamina ao picar uma pessoa ou cão doente.

No município do Rio de Janeiro, esta doença tem sido diagnosticada na zona oeste (Campo Grande, Jacarepaguá, Bangu, Guaratiba, entre outros bairros).

PRINCIPAIS SINTOMAS :

Nos CÃES:

  • Emagrecimento progressivo;
  • Crescimento exagerado das unhas;
  • Descamações da pele e queda de pêlos;
  • Presença de feridas pelo corpo;
  • Anemia.

No Homem:

  • Emagrecimento progressivo;
  • Palidez (anemia);
  • Aumento de volume abdominal;
  • Fraqueza e cansaço.

COMO SABER SE O SEU CÃO TEM LEISHMANIOSE ?

A evolução da doença é muito lenta (pode demorar até 4 anos para apresentar sintomas), e por vezes o cão aparenta estar sadio. Esta doença só pode ser diagnosticada através de um exame de sangue ou biópsia; os exames para o diagnóstico da leishmaniose devem ser requisitados por um Médico Veterinário e são gratuitos no Instituto Municipal de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman. Animais que vivem em regiões onde já foram detectados casos positivos devem ser testados.

COMO EVITAR A DOENÇA:

  • Combater o mosquito transmissor;
  • Usar telas milimétricas nas janelas e portas em áreas endêmicas;
  • Usar repelentes específicos para minimizar o risco de transmissão;
  • Realizar exames sorológicos periódicos em animais de áreas de risco;
  • Remover animais positivos;
  • Procurar o posto de saúde mais próximo quando suspeitar da doença em humanos;
  • Evitar o desmatamento e a construção de moradias em encostas de matas.

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