domingo, 27 de dezembro de 2009

Principais doenças de gatos

GATO COM ESPOROTRICOSE
ESPOROTRICOSE

Esporotricose é uma micose subcutânea causada pelo fungo Sporothrix Schenckki, que acomete o homem e uma grande variedade de animais. Geralmente é encontrada no solo, crescendo em plantas, em cascas de árvores, vegetais e material em decomposição, estando preferencialmente em ambientes quentes e florestas úmidas.

A distribuição da esporotricose é mundial, ocorrendo principalmente em áreas tropicais e subtropicais como o nosso país.

A esporotricose em gatos domésticos apresentas algumas características diferente daquelas observadas em outras espécies, a mais importante é a grande quantidade de células fungicas, nas lesóes da pele. Essa superpopulação de fungos potencializa a capacidade infectante das lesões, quer ao homem, quer aos outros animais.

A transmissão da esporotricose felina ao homem ocorre através da mordedura e arranhadura dos gatos doentes, ou ainda pelo contato da pele ou mucosa com as secreções das lesões.

Raramente a transmissão resulta na inalação dos fungos, provenientes da terra ou vegetais em decomposição.

As formas clinicas da eporotricose são: cutânea (localizada e desseminada) ou extra-cutânea (pulmonar e desseminada). Em muitos casos, mais de uma forma clínica pode ser observada. A lesão inicial é sólida, circunscrita, avermelhada e levemente elevada, aumentando lentamente para ser tornar um nódulo que, posteriormente úlcera (a lesão se abre).

Em casos graves, onde o agente se espalha, pode haver comprometimento generalizado do organismo, desenvolvendo sinais clínicos como: apatia, perda de apetite, febre e perda de peso. Os sintomas relacionados à infecção pulmonar são fadigas, espirros, tosse com ou sem catarro, emissão do sangue pelas vias respiratórias e/ou boca, hemoptise e esforço respiratório.

Apesar da esporotricose possuir um curso de tratamento longo e ser uma zoonose, há tratamento eficaz. A medicação deve ser utilizada até a total cicatrização das feridas para evitar uma recidiva.

Uma outra medida importante é a castração dos gatos machos que, por circularem pela rua, são mais propensos a brigas que podem causar feridas e acidentalmente abrigar os fungos.

Maiores informações:

Instituto Jorge Vaitsman

E-mail: ijv@rio.rj.gov.br

Telefones: 2284-1371/ 2284-1484 /2254-2100 / 2254-2109 / 2254-2108 e 2284-1372 (telefax)

Endereço

Av. Bartolomeu de Gusmão nº 1.120, São Cristóvão, Rio de Janeiro - RJ. CEP: 20.941-160.

Ponto de referência: próximo ao corpo de bombeiros.

Como chegar

• de ônibus: 284 (Pça Tirandentes – Pça Seca)

• de metrô: linha 2, estação São Cristóvão (850 m de caminhada da estação ao Instituto);

• de trem: Estação São Cristóvão (850 m de caminhada da estação ao Instituto).


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COMPLEXO RESPIRATÓRIO VIRAL FELINO

Os dois tipos de vírus mais comuns nas doenças respiratórias dos felinos são: Herpevirus e Calicivirus. Ambos provocam sintomas muito semelhantes.

A Herpevirus causa a doença chamada rinotraqueíde, conhecida como a "gripe do gato", pois os sintomas são parecidos como uma gripe. Os animais afetados com um desses virus apresentam espirros, conjuntivite (podendo ou não ter úlceras de córneas), febre, falta de apetite, tosse, lesóes na boca (úlceras) e pneomonia.

Gatos de qualquer idade podem ser afetados, mas os filhotes são mais susceptíveis e ficam mais debilitados, podendo vir a óbito ou ficar cegos em decorrência das lesões oculares. As úlceras na boca causam dor e impede do animal de comer, portanto, quanto mais cedo iniciar o tratamento melhor as chances de recuperação do animal.

A transmissão ocorre através do contato direto de gatos sáudáveis e doentes, e o espirro é a maior fonbte de infecção, pois libera partículas virais para uma área de até meio metro. Os animais que se recuperam, tornam-se portadores do vírus, podendo apresentar recidivas frequentes das doenças, principalmente após periodos de stress.

Para o controle deve-se manter o ambiente limpo e desinfetado, com densidade populacional baixa e o local onde os animais permanecem, devem ser bem ventilado. Os gatos doentes devem ser isolados dos saudáveis. A doença não e transmitida para cães ou pessoas. A vacina é o melhor meio de prevenção contra os dois tipos de vírus e somente animais saudáveis devem ser vacinados.

É muito difícil diferenciar qual dos dois vírus está afetando o gato, mas o tratamento é o mesmo. O importante é que ele se inicie o mais rápido possível, portanto, assim que você observar seu gato espirrando e/ou com os olhos lacrimejando, leve-o imediatamente ao veterinário.

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FIV - IMUNODEFICIÊNCIA FELINA

O virus da imunodeficiência felina (FIV) pertence a mesma subfamília do virus da imunodeficiência humana (HIV), causador da AIDS, porém é espécie-específico, ou seja, infecta apenas felinos.

A doença dos gatos foi descoberta em 1986, e desde então várias pesquisas estão dendo feitas devido a similaridade do FIV com o HIV.

O principal meio de transmissão se dá através de mordeduras, e não por contato sexual como no caso do HIV. Outras fontes de transmissão são através de transfusão de sangue, da mãe para o filhote caso ela se infecte durante a gestação e através da amamentação. Acredita-se que ele também possa ser transmitido pelo contato prolongado de animais com soropositivo por compartilhar vasilhas de comida e água, possibilitando o contato com a saliva de animais contaminados.

Os animais mais suscetíveis são os machos inteiros (não castrados) e gatos de vida livre ou domésticos que têm acesso a rua, pois a transmissão por ferimento de mordeduras pode ocorrer durante as brigas. Gatos que vivem em ambientes com muitos animais, com introdução frequente de gato novos, também estão expostos.

O vírus infecta primariamente as células de defesa (linfócitos), destruindo-as lenta e graduamente. O animal passa por cinco fases da doença até chegar na imunodepressão, que é a última fase, chamada fase AIDS. Isso demora anos e uma das características da doença é o longo período de latência, ou seja, o animal infectado não apresenta sintoma durante anos (portador assintomático).

Como suspeitar que o gato está infectado? Não existe um sintoma específico, o que vai chamar a atenção são sintomas de baixa imunidade. Animais que apresentam infecções frequentes, ou decorrentes, doenças incomuns, perda de peso, febre de origem desaconhecida, são prováveis soro positivo. Pode apresentar também anemia e alguns tipo de tumor.

O diagnóstico é feito através do exame de sangue para confirmar a presença de anticorpos contra o FIV na corrente sanguínea. Atualmente no Brasil só temos disponível o teste ELISA. É importante frisar que uma vez soropositivo, o gato torna-se importante fonte de infecção para outros gatos, sendo ideal testar todos os animais da casa e manter os soropositivos isolados dos soronegativo. Outras medidas de controle são castrar o animal e evitar que ele tenha acesso a rua, além de rigosoros cuidados e visitas constantes ao veterinário.

As reações dos proprietários ao receber um diagnóstico de FIV são variadas, passando pelo desespero até o preconceito, semelhante ao que ocorre as pessoas portadoras do HIV. Hoje em dia pode se proporcionar uma qualidade de vida melhor ao gato soropositivo, pois algumas drogas utilizadas em medicina para pessoas com AIDS têm sido utilizadas em gatos. Essas drogas promovem uma melhora da condição clínica e imunológica. Além do tratamento direcionado para o FIV, temos que tratar as infecções secundárias e oportunistas. A eutanásia é indicada em último caso, apenas para os doentes terminais.

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  • LIPDOSE HEPÁTICA (LHF)

A LHF é uma doença que ocorre pelo mal funciomento do fígado, quando os lipídios (gordura) são acumulados em quantidade excessiva nesse orgão. Isso reduz ou mesmo impossibilita a metabolização e remoção da gordura de dentro do fígado.

Gatos de qualquer idade, sexo ou raça pode adquirir a LHF, auguns estudos mostram a maior incidência em animais castrados.

A Lipdose Hepática não ocorre apenas em gatos obesos, com dieta desbalanceada. Pode ocorrer em animais com diabete mellitus, lesão indusida por drogas, problemas ormonais ou outros problemas que afetam o enquilíbrio metabólico.

Os sinais clínicos comumente observados, como vômito, perca de apetite e peso, depressão, diarréia, salivação e hepatomegalia (aumento do fígado), também pode ocorrer em outras doenças, por isso, o diagnóstico depende de exames complementares além do histórico e exames clínicos.

Oa exames complementares não devem faltar para auxiliar o diagnóstico de Lipdose Hepática e, posteriomente, a escolha do melhor tratamento, são exame radiográfico e/ou ultra-sonográfico, além do hemograma completo, análise bioquímica e biópsia.

O prognóstico depende de diagnóstico precoce. Após o diagnóstico confirmado de LHF, é necessário restabelecer o enquilíbrio metabólico do animal. Para isso, dietas ricas em proteínas devem ser oferecidas, bem como fazer a fluidoterapia (soro). Outras medidas terapêuticas devem ser estabelecidas de acordo com a sintomatologia do animal. Dietas comerciais podem e devem ser utilizadas, desde que contenham e sejam oferecidas calorias e nutrientes de acordo com a necessidade diária do animal. O tratamento da Lipdose Hepática é específico para cada gato.

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FELV - LEUCEMIA FELINA


O vírus da Leucemia Felina (FeLV) é um vírus que ataca e enfraquece o sistema imune do gato.


A infecção pelo FeLV pode seguir dois caminhos. No primeiro, o vírus ataca tecidos e órgãos do sistema imune.

Este ataque leva o animal suscetível a uma variedade de doenças infecciosas, causando também infecções respiratórias, lesões de pele, anemias, infecções orais, retardo na cicatrização de feridas e problemas reprodutivos. A maioria dos gatos infectados morrem desses sintomas. Gatos com histórico de doenças crônicas são suspeitos para leucemia felina.

Na segunda forma, os gatos desenvolvem câncer, aparecendo como tumores. Sabe-se que 33% das mortes por câncer em gatos são devidas à Leucemia Felina.

Todo gato exposto se torna doente?

Enquanto alguns animais resistem ao vírus, cerca de 30% dos gatos que são expostos ao FeLV tornam-se persistentemente infectados. Uma vez infectado, o vírus encurta dramaticamente a vida do felino.

Aproximadamente 85% destes gatos morrem dentro de 3 anos e quase a metade destes animais morrem nos primeiros 12 meses.

Já outros gatos expostos ao vírus tornam-se potencialmente portadores. Podem não desenvolver a doença durante certo tempo, mas carreiam o vírus em seu corpo e podem tornar-se doentes e infectar outros gatos, caso a doença torne-se ativa.


Como os gatos se infectam com FeLV ?

A infecção pelo FeLV é passada de um gato a outro pelo contato íntimo e prolongado, sendo o vírus eliminado pela saliva, urina e fezes. Ele é transmitido principalmente através de lambeduras e mordeduras. Gatas prenhes podem transmitir o vírus pela via transplacentária e para os recém-nascidos através do leite materno e lambedura dos filhotes.

Comedouros e bebedouros podem ser uma fonte para gatos sadios, se forem divididos regularmente com animais infectados.

Alguns gatos são mais suscetíveis ao FeLV?

Gatos com um bom sistema imune geralmente resistem ao FeLV. Contudo, o contato íntimo com um gato infectado apresenta risco significativo para gatos de um mesmo ambiente doméstico. O risco de exposição é maior para gatos que tem acesso livre à rua.


Os animais mais suscetíveis são os filhotes, devido ao fato do sistema imune ser imaturo e não ser capaz de combater o vírus.

Existe tratamento?

Não existe tratamento específico para infecções pelo FeLV. Geralmente, realiza-se apenas tratamento sintomático para as infecções decorrentes, anemias e neoplasias.


O que você pode fazer para proteger o seu gato contra o FeLV?

A única maneira de controlar a Leucemia Felina é através de uma vacina segura e eficaz. A vacina é inativada, portanto não causa a doença em hipótese alguma.

Recomenda-se que os gatos suspeitos sejam testados antes de serem vacinados. O teste é simples e pode ser realizado por seu veterinário com uma amostra de soro, sangue ou saliva. Lembramos que a vacinação de gatos positivos não interfere positivamente ou negativamente no desenvolvimento da enfermidade.


Outra medida, seria minimizar o contato com outros gatos, porém, isso nem sempre é possível ou prático. Um gato é considerado uma vítima em potencial se ele tem acesso à rua ou convive com outros gatos, tanto em casa quanto em exposições.

A Leucemia Felina é a doença número um em termos de mortalidade em gatos. Cerca de 1 milhão de animais morrem todos os anos vítimas desta doença. Não deixe seu gato tornar-se parte de uma estatística.

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PIOMETRA

É uma infecção uterina que acomete gatas a partir dos 5 anos de idade, mas que pode aparecer em fêmeas mais jovens. A frequência da doença é maior em gatas que nunca tiveram cria, daí o equivocado dizer popular "gata que nunca cruzou tem câncer no útero". A piometra (e não o câncer) pode aparecer mais facilmente em gatas que nunca criaram.

Porém, temos visto que também animais que já tiveram sua cria podem ter piometra. Assim, acasalar uma fêmea no intuito de prevenir a infecção uterina (piometra), certamente não é um método 100% eficaz.

Os sinais da doença aparecem, geralmente, 1 mês após o último cio. A gata pára de comer, parece triste, tem febre, aumenta a ingestão de água e consequentemente a produção de urina, e apresenta vômitos. Um corrimento vaginal abundante, espêsso, de odor desagradável e cor parda é um sinal bastante característico da piometra. Os locais onde a fêmea senta ficam manchados pela secreção. Muitas gatas lambem insistentemente a região genital e o proprietário poderá não perceber o corrimento. Em alguns casos que denominamos "piometra fechada" esse corrimento não aparece, o que dificulta o diagnóstico.

O útero com piometra fica repleto de secreção, aumenta muito de tamanho e o organismo começa a absorver o conteúdo purulento (pus), levando o animal a uma intoxicação por toxinas bacterianas. Se diagnosticada a tempo, a piometra tem tratamento cirúrgico que consiste na remoção do útero (castração) associada a uma terapia com antibióticos. O diagnóstico é feito pelos sinais clínicos, exames laboratoriais (hemograma) e ultra-sonografia do útero para confirmar o diagnóstico e encaminhar o animal para a cirurgia imediatamente.

A recuperação é rápida após a cirurgia, pois o foco da infecção é retirado.

Como o sinal clínico mais evidente é o corrimento, o proprietário de fêmeas com mais de cinco anos deve ficar atento e comunicar o veterinário se notar essa alteração. É bom ressaltar mais uma vez que fêmeas que já acasalaram NÃO estão livres da piometra. O melhor método preventivo é a castração das gatas logo após o 1o cio.

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SARNA - ESCABIOSE

A sarna do gato é uma doença de pele causada por um pequeno ácaro microscópico chamado Notroedis cati.

O parasita 'cava' túneis nas camadas mais profundas da pele causando intensa coceira, o sintoma mais conhecido da sarna tanto em humanos como em animais. Mas é claro que nem todo prurido (coceira) significa sarna.

Além da coceira, que pode ter tão intensa que faça com que o animal pare de comer pelo estresse, a sarna causa perda de pêlos, descamações e crostas na cabeça, orelhas e patas, podendo alastrar-se para todo o corpo do animal, se não for tratada.

Os animais podem pegar sarna no contato direto com outros gatos doentes, ou pelo contato indireto através de cobertores, roupinhas, toalhas, escovas, etc., contaminados. Por isso, no tratamento da doença, é importante não apenas tratar o animal, mas também os objetos usados por ele, lavando-os com água quente e, se possível, passando à ferro em temperatura alta.

Uma dúvida frequente é sobre a possibilidade dos animais passarem a sarna para o homem. Embora exista um tipo de ácaro da escabiose para cada espécie (cães, gatos, homem, etc..), a sarna dos animais pode, eventualmente, contaminar as pessoas também. As lesões de sarna no ser humano se manifestam como pontos avermelhados nos braços e tórax, justamente as áreas onde as pessoas têm contato direto com os animais quando os carregam. A coceira é o sintoma característicos e esse tipo de sarna no homem tem tratamento fácil, na maioria das vezes.

Para diagnosticar a sarna é preciso raspar as ledões da pele do animal, especialmente as áreas com descamações. Ao microscópico, esse raspado de pele irá revelar ácaros ou seus ovos. Muitas vezes as lesões da pele e o histórico são tão característicos de sarna que nem é necessário o exame. Porém, a escabiose pode ser confundida com algumas dermatites que também causam coceira, como as alergias. Assim, antes de iniciar um tratamento contra sarna, o veterinário deve ser consultado para confirmar se realmente trata-se dessa doença.

O tratamento de sarna pode ser feito na forma de banhos usando produtos acaricidas ou loções tópicas, dependendo da gravidade da doença. É importante esclarecer que não existe vacina contra sarna, como pensam alguns. O veterinário poderá optar por medicação injetável para tratar da sarna, mas essa aplicação só deve ser feita por um profissional, uma vez que os produtos podem ser tóxicos. E essa aplicação não tem efeito preventivo como as vacinas e sim curativo.

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SARNA DE OUVIDO

É muito comum gatos apresentarem sarna nos ouvidos. Muitos proprietários notam que seus animais estão se coçando mais do que o normal na região da cabeça, mas associam esse fato à infestação por pulgas. Ao limpar os ouvidos de seu animal, o dono vai notar a presença de uma grande quantidade de cêra nos ouvidos, de cor castanho bem escuro, quase preta. O cerúmen em excesso é causado por uma reação do conduto auditivo em decorrência da presença de inúmeros ácaros (sarna).

A coceira é um sinal característico da sarna. O animal coça muito as orelhas e pode chacoalhar a cabeça insistentemente. Esse tipo de sarna fica restrito ao conduto auditivo, não aparecendo lesões no resto do corpo do animal. As pessoas que convivem com ele não correm risco de se infestarem. A sarna otodécica é exclusiva dos animais.

O excesso de cêra nos ouvidos e o traumatismo causado pelo ato de se coçar violentamente com as patas traseiras, fazem com que o gato desenvolva inflamação nos ouvidos (otite), o que causa dor e agrava o desconforto.

A sarna otodécica é contagiosa entre os animais. Quando há mais de um gato na casa, mesmo que apenas um apresente os sinais clínicos, todos devem ser tratados. O tratamento consiste em aplicar medicamentos parasiticidas no conduto do animal, diariamente, por um período de tempo prolongado, a critério do veterinário. O ácaro, embora não cause lesões fora do conduto auditivo, pode estar presente na pelagem do animal. Assim, além do tratamento nos ouvidos, banhos parasiticidas são aconselhados, além da desinfecção de mantas e caminhas onde o animal costuma se deitar.

Mesmo após a cura, notada através da interrupção da coceira e desaparecimento da cêra, o animal pode se reinfestar se estiver em contato com outros animais ou ambiente contaminados.

O ouvido sadio não apresenta cerúmen (cêra), odor desagradável ou coceira. Em qualquer um desses casos, leve seu amigão ao veterinário.

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PANLEOCOPENIA

É uma doença causada por um vírus bastante resistente, que pode sobreviver no meio ambiente por um ano.

O vírus penetra no animal através da boca ou focinho. A seguir, ele vai pela corrente sanguínea infectar órgãos cujas células se multiplicam velozmente, como medula óssea, intestinos e gânglios linfáticos.

Os sinais da doença são: falta de apetite, apatia, febre, diarreia, vômitos, e desidratação. Ocorre uma diminuição nas células de defesa do organismo, os leucócitos, daí o nome da doença, panleucopenia.

Gatinhos muito novos podem morrer em 2 ou 3 dias. Em gatos adultos, a doença pode manifestar-se de uma forma branda ou bastante grave. Quando a doença acomete uma fêmea gestante, pode haver morte do feto ou o filhote pode nascer com o cerebelo pouco desenvolvido. Essa região é responsável pelo equilíbrio. Assim, alguns gatinhos que foram infectados durante a gestação com o vírus da panleucopenia podem apresentar ataxia (incoordenação). Esse "defeito", algumas vezes, pode ser compensado pelo animal, sendo compatível com a vida.

A contaminação se dá pelo contato direto com animais doentes ou indireto, através da saliva, vômito, fezes e urina de gatos doentes. Animais convalescentes podem eliminar vírus por vários meses após a recuperação. As fêmeas transmitem a doença para os filhotes através da placenta.

O diagnóstico é feito através dos sinais clínicos e exame de sangue. O tratamento consiste em dar condições para que o animal vença a doença, combatendo os sintomas (vômito, diarreia, desidratação, infecções oportunistas).

A única maneira segura de prevenir a doença e através da vacinação. Mesmo com a vacina, deve-se evitar o contato com animais doentes, animais que adoeceram há poucos meses e ambientes que abrigaram gatos doentes.

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FLUTD - DOENÇA DO TRATO URINÁRIO INFERIOR DOS FELINOS

Essa enfermidade compreende várias desordens do trato urinário inferior dos felinos (bexiga, ureteres e uretra). De acordo com recentes estudos (epidemiológicos), atinge menos de 1% da população de gatos domésticos no mundo todo. Antigamente conhecida como SUF (sindrome urológica felina), necessita de um exame muito apurado do animal para ser diagnosticada, devido aos diferentes aspectos que a doença pode apresentar.

SINAIS CLÍNICOS

Os sinais clínicos mais comuns são:

Hematúria (presença de sangue na urina)

Disúria (dor ou dificuldade em urinar), permanecem por muito tempo em posição normal de micção

Polaquiúria (urinam muitas vezes ao dia e em pequenas quantidades)
Obstrução uretral (pode estar presente ou não)

Alguns animais enquadram-se no chamado grupo de risco, ou seja, apresentam fatores que levam a uma maior predisposição ao aparecimento de tais doenças. São os seguintes fatores:

IDADE: É muito frequente em animais jovens, geralmente com idade entre 02 e 05 anos, mas pode aparecer em animais de qualquer idade.

SEXO: A probabilidade é igual para machos e fêmeas. Porém, devido à anatomia da uretra do macho (longa e estreita), a propensão do aparecimento da forma obstrutiva da doença é maior e, geralmente, ocorre na porção peniana da uretra. As fêmeas, por possuírem uma uretra mais curta e larga, apresentam uma probabilidade menor de apresentar a doença na sua forma obstrutiva.

SEDENTARISMO: O fato de o animal ser sedentário tem muita relação com o aparecimento dos sintomas, pois animais com pouca atividade física podem ficar obesos, ingerir menor quantidade de água e procurar com menor frequência a caixa sanitária para fazer suas necessidades. Isso leva a uma maior concentração da urina, predispondo então a precipitação de cristais. Animais castrados também tendem a ficar mais sedentários.

DIETAS: A dieta tem um papel muito importante na história das doenças do trato urinário. A qualidade do alimento fornecido, bem como a forma pela qual ele é administrado, são de extrema importância para a prevenção dessas doenças. O alimento fornecido deverá ter um rígido controle dos minerais, possuir alto grau de digestibilidade, e ainda assim possuir todos os nutrientes necessários ao desenvolvimento e manutenção dos animais.

HEREDITARIEDADE: Já é comprovado que animais cujos pais apresentaram sintomas de FLUTD estão mais sujeitos ao aparecimento das doenças e, portanto, necessitam de muita atenção.

TIPOS DE FLUTD:

É de fundamental importância que tentemos sempre identificar a causa ou as possíveis causas de FLUTD, para que possamos direcionar a terapia mais apropriada para o caso. Mais de 60% dos casos se enquadram no que chamamos de origem desconhecida ou idiopática. Isto, sem dúvida, aumenta as possibilidades de um tratamento incorreto, pois temos dificuldades para chegarmos aos possíveis agentes causadores.

Outros casos podem ser atribuídos aos: Tampões Uretrais e a Urolitíase


Tampão uretral


Urólitos (cálculos ou "pedras")

Os tampões uretrais são precipitados desorganizados compostos de uma matriz coloidal (de natureza desconhecida) associados a quantidades variadas de material cristalóide. São eles os responsáveis por cerca de 22% dos casos. A urolitíase, comumente conhecida por Cálculo, responsável por cerca de 23% dos casos, é representada pela formação de urólitos, concreções organizadas, macroscópicas, policristalinas e compostas primariamente de cristalóides orgânicos e inorgânicos e pouca matriz orgânica. Essas substâncias aglomeram-se e formam os já conhecidos cálculos, na maioria das vezes de estruvita ou de oxalato de cálcio.

O pH urinário é um dos fatores de suma importância para a detecção do tipo de urólitos. Ambos, tampões e urólitos, apresentam sintomatologia bastante semelhante, porém tratamentos totalmente diferentes. Daí a importância de um diagnóstico correto.

Outros tipos de FLUDT são associados a infecções por vírus e estresse, mas originam muitas controvérsias entre a classe científica, levando a uma maior dificuldade para o fechamento do diagnóstico.

Dicas úteis para prevenção de FLUTD

Podemos apenas trabalhar em cima dos fatores conhecidos como fatores de risco, justamente por serem esses os únicos na qual podemos interferir para auxiliar a prevenção de FLUTD.
Alimentação: Fornecer um alimento completo e balanceado, de preferência industrializado, de ótima qualidade. Com isso, o animal irá receber a quantidade necessária de nutrientes com uma alta taxa de digestibilidade (reduz perda de água nas fezes).

Devemos conhecer a maneira que nosso animal se alimenta, isto é, se ele ingere grandes quantidades de alimento de uma só vez, ou pequenas quantidades, várias vezes ao dia. Se o seu animal se enquadra na primeira opção, mude gradativamente a maneira dele ser alimentado, dividindo a mesma quantidade diária fornecida em pelo menos 4 vezes ao dia. Isso fará com que ele não tenha um aumento exagerado do pH urinário, que ocorre entre 2 e 6 horas após a alimentação, pois as quantidades fornecidas serão menores. O pH urinário é fator determinante para o aparecimento de urólitos. O alimento úmido (enlatado) é uma excelente opção, pois além de ser completo e balanceado, possui uma alta porcentagem de água, promovendo o aumento do volume urinário e diminuindo a concentração de solutos na urina. Pode ser administrado isoladamente ou em conjunto com o alimento seco (ração).

Ingestão de água: Mais uma, vez será necessário conhecermos bem os hábitos do nosso animal, pois alguns deles preferem beber água corrente ao invés de beber nas vasilhas. Por esse motivo pensamos, às vezes, que o nosso animal não bebe água, pois nunca o vemos chegando até a vasilha. Porém, quando abrimos a torneira da pia ou do tanque, ele rapidamente dá um salto para saciar a sede. Nesses casos, podemos em alguma hora do dia deixar a torneira pingando, para que ele não deixe de ingerir água. O gato prefere água limpa e fresca, portanto devemos estar atentos a isso e sempre trocar a água das vasilhas. Também recomenda-se que sejam colocados mais bebedouros ou vasilhas em locais diferentes da casa, para que ele tenha sempre água à disposição quando desejar. Nunca deveremos nos esquecer que a água é um fator muito importante na prevenção de FLUTD.

Bandejas Sanitárias: Devemos estimular o animal a urinar com frequência, assim a urina dele não ficará concentrada. A caixa ou bandeja sanitária deverá estar sempre limpa e em número adequado à quantidade de animais na residência. Se a caixa for sujada por outro animal ou por ele mesmo, e demorar a ser limpa novamente, esse animal irá segurar o tempo máximo que ele puder aguentar para fazer suas necessidades novamente. Isso poderá aumentar a concentração da urina. Se as caixas não puderem ser limpas imediatamente após o uso, deve-se então ter, no mínimo, duas caixas por animal. Os gatos são extremamente higiênicos, e não fazem suas necessidades em locais já sujos ou perto do local onde recebem o alimento.

Sedentarismo: Estimule o seu animal com brincadeiras ou passeios diários. A redução da possibilidade de obesidade ou estresse é vista como uma ajuda fundamental. Se o seu animal já for castrado, a obrigatoriedade desse estímulo é maior.



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